É evidente a existência de diversos modos de falar português no Brasil, onde cada região tem seu próprio modo. Mas todos esses são de uma mesma língua, a língua portuguesa.
Nenhuma região fala o português errado, como nenhuma fala corretamente.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Preconceito Linguístico



É importante considerar que a matriz do preconceito lingüístico está calcado à divergências socioeconômicas anteriores ocorridas entre as regiões Brasileiras, demonstrando a existência de tensões de cunho enraizado nas diferenças financeiras, o que acaba resultando no preconceito entre os povos.Nessa perspectiva, cabe analisar o contexto do qual se insere o preconceito lingüístico, percebendo as suas correlações com outros aspectos sociais.
Primeiramente, é essencial destacar o principal fator contribuinte para o aumento do preconceito lingüístico como sendo o contexto histórico apresentado pelo Brasil. De fato, no início da colonização, Pernambuco e o nordeste como um todo, apresentava-se com principal pólo econômico e atrativo para a exploração da metrópole. Mas, com a decadência do açúcar e a ascensão do ouro no sudeste e centro oeste, a atenção e investimentos da coroa portuguesa se voltaram para o tais regiões. Dessa forma, o nordeste foi perdendo seu lugar de destaque quanto à distribuição de renda do país. Tal situação pode ser exemplificada pelo fato da região nordeste ser constantemente vitima de preconceito que tem como embasamentos estereótipos que afirmam que pelo fato do desenvolvimento econômico ser mais baixo, a cultura também é, assim, julgam a produção cultural, artística, o modo de falar do nordestino como sendo inferior, assim, devendo ser menosprezada e ridicularizada, como exemplo temos esse site: http://desciclopedia.org/wiki/Nordestino, que se baseia em um pensamento comum que as demais regiões do Brasil possuem sobre o nordeste.
É fundamental compreender que o preconceito lingüístico também está intimamente relacionado à elevada concentração de renda que ocorre no Brasil. Pelo fato da sistemática hierarquização social, é comum ocorrer disparidades gritantes entre as classes. Desse modo, aqueles que possuem um maior poder aquisitivo impõem seu modo de falar e sua linguagem aos demais como sendo a única forma de comunicação tida como correta, logo tendo que ser seguida por todos. Mas, tal postura é incoerente, pois o falante tem que se adaptar a cada situação, dessa maneira, o contexto que ocorrera a comunicação é que determinara a variabilidade lingüística a ser usada.
Fica claro, portanto, que no Brasil é comum a existência de vários mitos que pairam pela sociedade  acerca do modo de falar de diversificadas pessoas . Desse modo é valido afirmar que os mitos são baseados nos diversos tipos de preconceitos que se baseiam nas diferenças sociais, econômicas e culturais que foram citadas acima. Assim, é fundamental citar e desmistificar tais mitos a fim de fornecer uma perspectiva real dos fatos.

Texto escrito por: Maria Eduarda dos Santos Tavares de Lira e Marianna de Castro Araújo Lessa



Mito 1: A lingua portuguesa apresenta uma unidade surpreendente

AS VÁRIAS FORMAS DE FALAR A LÍNGUA PORTUGUESA

É perceptível que apesar de cada região do Brasil ter sua maneira de falar português (pronuncia, gírias etc.) devido à uma discriminação tem-se uma idéia generalizada de que o Brasil possui uma única maneira de falar o português o que sabemos que não é verdade pois a presença da pluralidade cultural do nosso  país é muito forte e devido à este acontecimento não podemos definir um formato de linguagem representante ou predominante para o Brasil.


Essa idéia provém do grande poder econômico que certas áreas possuem sobre as restantes, que por serem financeiramente superiores tornam-se símbolo de perfeito e correto. As demais regiões demonstram certa subordinação ao reproduzirem outra cultura e desvalorização da cultura local, por isso tem-se a falsa idéia de que a linguagem é homogênea no Brasil.
Texto escrito por Maria Eduarda Tavares






Mito 2: O certo é falar assim porque se escreve assim

ESCRITA E FALA, QUAL A DIFERENÇA?



A finalidade da criação das letras e como combiná-las, foi registrar informações para que pudessem ser repassadas. Para isso foram criadas regras que padronizassem a escrita, assim, sendo compreendida em qualquer local, desde que o idioma seja o mesmo. 


Apesar disso, existe uma “lenda” de que as pessoas devem falar de acordo com a escrita, porém a fala não segue o mesmo direcionamento já que, ao falarmos com outra pessoa o único objetivo é que ela entenda e quando escrevemos normalmente esperamos que o texto seja repassado para um público mais amplo o que nos força a utilizar a forma padrão de escrita, pois sabemos que assim, teoricamente, todos entenderão a mensagem que estará sendo expressa, podemos explicar isso através de um exemplo, quando escrevemos uma carta para alguém que conhecemos utilizamos uma linguagem que esperamos que ela entenda e não nos preocupamos em escrever formalmente ou seja, a carta torna-se uma “conversação”, portanto não podemos afirmar que o correto a se falar é de acordo com a gramática pois, a finalidade dessas duas formas de comunicação são diferentes.
Texto escrito por Maria Eduarda Tavares